Quem acompanha de perto os esportes, seja por praticar ou por admirar, tem percebido que o interesse e a participação em competições desportivas aumentaram significativamente nos últimos anos em Mato Grosso, principalmente em provas de longas distancias e longas durações, seja qual for a modalidade esportiva.

Mas é preciso atenção entre os praticantes. Os atletas precisam despender atenção especial para a análise e acompanhamento de exames, com o programa alimentar, com a manutenção e reposição das reservas de glicogênio e com a hidratação na preparação e durante as provas.

Quero salientar que quanto maior o tempo de duração das competições, maiores são as necessidades metabólicas, fisiológicas e nutricionais. Nesse sentido, ressalto que a baixa ingestão energética está associada à fadiga crônica, infecções frequentes, alteração no ciclo menstrual em mulheres, exaustão mental e dificuldade para execução do treinamento planejado. Repor água, sais e energia na hora e quantidade certas é essencial ao bom desempenho do atleta.

Para entender melhor cada um desses itens, confira a importância de cada um.

Reposição hídrica: A água é o componente presente em maior abundância no organismo. O corpo humano possui cerca de 65% de água em homens adultos e 60% em mulheres adultas. Essa diferença se deve à maior porcentagem de gordura corporal (com menor conteúdo de água) e a menor porcentagem de massa muscular (com maior conteúdo de água) das mulheres em relação aos homens. A água é essencial para todas as reações metabólicas, por isso deve ser ofertada durante as 24 horas, respeitando-se sempre a individualidade biológica. Durante uma sessão de treino, essa oferta se torna maior pelo fato de perdermos água pelo processo de transpiração, podendo variar de acordo com sexo, idade, composição corporal e a forma de preparação.

Reposição eletrolítica: Está relacionada com a restituição de água e eletrólitos, principalmente sódio e potássio, perdidos pela sudorese durante um treinamento de intensidade moderada a alta. Nestas ocasiões, o desgaste e a perda destes elementos são maiores. Por isso, é necessária para restabelecer o equilíbrio hídrico do atleta. Durante o treino, através do suor, o corpo dissipa para o ambiente o calor produzido, regulando a temperatura do organismo. A transpiração gera perda de água e eletrólitos (sódio, potássio, magnésio e cloro). A média da taxa de sudorese é 500ml/hora e pode chegar até 2000ml/hora em climas quentes.

Reposição energética: A reposição da energia gasta durante a corrida é feita através da ingestão de macro nutrientes, como carboidratos, glicose, proteína e aminoácidos, entre outros, e varia de acordo com tipo, volume e intensidade ou treino. Em atividades de baixa intensidade e/ou curta duração, esta reposição é necessária apenas ao final do esforço. Em atividades moderadas de até uma hora, torna-se importante apenas após seu término; se for superior a uma hora, recomenda-se reposição durante o treino ou prova e no fim; em atividades de alta intensidade, deve ser feita a cada 30-40 minutos e no final do treino/corrida.

O suor e as cápsulas de sal: O princípio da individualidade está presente também na transpiração, cuja concentração de sais, especialmente sódio e potássio, varia entre os corredores. A perda de suor pode ser baixa, moderada ou alta. E é exatamente esta composição que vai determinar a necessidade do uso – e quantidade – de cápsulas ou sachês de sal durante provas mais longas. Cada 200ml de isotônico possui entre 110 e 150mg de sódio. Alguns indivíduos, mesmo fazendo a reposição eletrolítica com isotônico, não chegam a alcançar valores corretos. Nestes casos, utilizam-se as cápsulas de sal.

A individualidade é sempre o melhor caminho. Procure sempre a ajuda de profissionais capacitados.

 

Paulo Salustiano – Diretor Médico da Clínica Longevittá

CRM-MT 4110

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